Boas Leituras e estudos
INTRODUÇÃO
l. Bakhtin, o homem e seu duplo
M. M. Bakhtin nasceu em 1895, em Oriol, numa família da velha nobreza
arruinada, de um pai empregado de banco. Passou sua infância em Oriol e a
adolescência em Vilnius e Odessa. Estudou na Universidade de Odessa, depois na
de São Petersburgo, de onde saiu diplomado em História e Filologia, em 1918. Em
1920,instalou-se em Vitebsk, onde ocupou diversos cargos de ensino.Casou-se em
1920 com Helena Okolovitch, que foi sua fiel colaboradora durante meio século.
Bakhtin pertencia a um pequeno círculo de intelectuais e de artistas entre os
quais se encontravam Marc Chagall e o musicólogo Sollertinsky, amigo íntimo de
Chostakovitch. Também fazia parte deste círculo um jovem professor do
Conservatório de Música de Vitebsk, V. N. Volochínov, e ainda P. N. Medviédiev,
empregado de uma casa editora. Os dois tornaram-se alunos, amigos devotados e
ardorosos admiradores de Bakhtin. Este círculo, conhecido sob o nome de
"círculo de Bakhtin", foi um cadinho de idéias inovadoras, numa época
de muita criatividade, particularmente nos domínios da arte e das ciências
humanas. Ainda que contemporâneo dos movimentos formalista e futurista, ele não
participou de nenhum deles.
Em 1923, atacado de osteomielite, Bakhtin retornou a Petrogrado.
Impossibilitado de trabalhar regularmente, deve ter passado por uma situação
material difícil. Seus discípulos e admiradores, Volochínov e Medviédiev,
seguiram-no a Petrogrado. Animados pelo desejo de vir ajudar financeiramente a
seu mestre, ao mesmo tempo, divulgar suas idéias, ofereceram seu nomes a fim de
tornar possível a publicação de suas primeiras obras. Freidizm (O Freudismo, Leningrado, 1927) e Marxismoe Filosofia da
Linguagem (Leningrado, 1929) saíram sob o nome de Volochínov. Formalni métod v literaturoviédenie.
Kritítcheskoievvdiénie v sotsiologuítcheskuiu poétiku (O Método Formalista
Aplicado à Crítica Literária. Introdução Crítica à Poética Sociológica) que
constituiu uma crítica aos formalistas, foi publicado em1928, também em
Leningrado sob a assinatura de Medviédiev.l
Por que, então Bakhtin não os publicou com seu próprio nome?Não há
dúvidas quanto à paternidade de suas obras. O conteúdo se inscreve
perfeitamente na linha de suas publicações assinadas e, além disso, dispomos de
testemunhos diretos. De qualquer modo, na época, o segredo foi bem guardado,
pois Borís Pasternak.em uma carta endereçada a Medviédiev, manifestou seu
entusiasmo e sua admiração pela presumida obra deste último e confessa que
jamais pudera imaginar que em Medviédiev se ocultava "um tal filósofo".
Então, por que esse jogo de testa-de-ferro? Segundo o professor V. V. Ivánov,
amigo e aluno de Bakhtin, haveria duas espécies de motivos: em primeiro lugar,
Bakhtin teria recusado as modificações impostas pelo editor; de caráter
intransigente, ele teria preferido não publicar do que mudar uma vírgula;
Volochínov e Medviédiev ter-se-iam, então, proposto a endossar as modificações.
A outra ordem de motivos seria mais pessoal e ligada ao caráter de Bakhtin, ao
seu gosto pela máscara e pelo desdobramento e também, parece, à sua profunda
modéstia científica.Ele teria professado que um pensamento verdadeiramente
inovador não tem necessidade, para assegurar sua duração, de ser assinado por
seu autor. A este respeito, o professor Ivánov o compara a Kierkegaard, que
também se escondeu sob pseudônimos. De qualquer forma, em 1929, no mesmo ano em
que Volochínov assinava Marxismo e Filosofia da Linguagem, Bakhtin publicou,
finalmente, um primeiro livro com seu próprio nome Probliemi tvórtchestva Dostoiesvskovo (Problemas da Obra de
Dostoievski 2). Ele dedicará o resto de sua vida de pesquisador à análise
estilística e literária.
Volochínov e Medviédiev desapareceram nos anos trinta. Nesta época,
Bakhtin vivia na fronteira da Sibéria e do Casaquistão, em Kustanai. Sempre
ensinando, começou a compor suamonografia sobre Rabelais. Em 1936, foi nomeado
para o Instituto Pedagógico de Saransk. Em 1937, instalou-se não muito longe de
Moscou, em Kímri, onde viveu uma vida apagada até1945, ensinando no colégio
local e participando dos trabalhosdo Instituto de Literatura da Academia de
Ciências da U.R.S.S. Aí defendeu sua tese sobre Rabelais em 1946. De 1945 a
1961,data de sua aposentadoria, ensina de novo em Saransk, terminando sua
carreira na universidade desta cidade.
A partir de 1963, começou a gozar de uma certa notoriedade, sobretudo
após a reedição de sua obra sobre Dostoievski (1963) e de sua tese sobre
Rabelais: Tvórtchestvo François Rabelais i naródnaia kultura sriednevekóvia i
Renessansa (A Obra de François Rabelais e a Cultura Popular da Idade Média e da
renascença),Moscou, 1963.Em 1969, instalou-se em Moscou, onde publicou
contribuições nas revistas Vopróssi literaturi (Questões de Literatura) e
Kontiekst (Contexto). Morreu em Moscou, em 1975, após uma longa doença.
Marxismo e Filosofia da Linguagem
É difícil afirmar com exatidão
quais as partes do texto que se devem a Volochínov. Sempre segundo o professor
Ivánov,que deve a informação ao próprio Bakhtin, o título e certas partes do
texto ligadas à escolha deste título são de Volochínov. Não se podera,
evidentemente, colocar em questão as convicções marxistas de Bakhtin; o livro é
marxista do começo ao fim. Todavia como sublinha Jakobson em seu prefácio, o
título não deixa de surpreender, pois o conteúdo do livro é muito mais rico do
que a capa deixa entrever. Bakhtin expõe bem a necessidade de uma abordagem
marxista da filosofia da linguagem mas ele aborda, ao mesmo tempo, praticamente
todos os domínios das ciências humanas, por exemplo, a psicologia cognitiva, a
etnologia,a pedagogia das línguas, a comunicação, a estilística, a crítica
literária e coloca, de passagem, os fundamentos da semiologia moderna. Aliás,
ele possui de todos esses domínios uma visão notavelmente unitária e muito
avançada em relação a seu tempo.Contudo, e nesse aspecto o subtítulo Tentativa
de aplicação do método sociológico em lingüística é muito revelador;
trata-se,principalmente, de um livro sobre as relações entre linguagem e
sociedade, colocado sob o signo da dialética do signo, enquanto efeito das
estruturas Sociais.
Sendo o signo e a enunciação de natureza social, em que me-dida a
linguagem determina a consciência, a atividade mental; em que medida a
ideologia determina a linguagem? Tais são as questões que constituem o fio
condutor do livro. Bakhtin foi o primeiro a abordar essas questões, que a
humanidade se colocou muitas vezes antes dele, numa perspectiva marxista.
Portanto, é indispensável situar sua reflexão em relação ao problema
fundamental que foi suscitado pela aplicação da análise marxista à língua--a
língua é uma superestrutura?--e conseqüentemente,em relação à controvérsia da
lingüística soviética em torno desta questão, controvérsia à qual Stálin pôs
fim em 1950 com A Propósito do Marxismo em Lingüística.
Ao mesmo tempo, é preciso notar que, por sua crítica a Saussure-- o
representante mais eminente do que Bakhtin chamou o objetivismo abstrato--e aos
excessos do estruturalismo nascente,ele antecede de quase cinqüenta anos as
orientações da lingüística moderna. Veremos que os dois aspectos se confundem.
Bakhtin coloca, em primeiro lugar, a questão dos dados reais da
lingüística, da natureza real dos fatos da língua. A língua é,como para
Saussure, um fato social, cuja existência se funda nas necessidades da
comunicação. Mas, ao contrário da lingüística unificante de Saussure e de seus
herdeiros, que faz da língua um objeto abstrato ideal, que se consagra a ela
como sistema sincrônico homogêneo e rejeita suas manifestações (a fala)
individuais,Bakhtin, por sua vez, valoriza justamente a fala, a enunciação, e
afirma sua natureza social, não individual: a fala está indissoluvelmente
ligada às condições da comunicação, que, por sua vez,estão sempre ligadas às
estruturas sociais.
Se a fala é o motor das transformações lingüísticas, ela não concerne os
indivíduos; com efeito, a palavra é a arena onde se confrontam aos valores
sociais contraditórios; os conflitos da língua refletem os conflitos de classe
no interior mesmo do sistema: comunidade semiótica e classe social não se
recobrem. A comunicação verbal, inseparável das outras formas de
comunicação,implica conflitos, relações de dominação e de resistência,
adaptação ou resistência à hierarquia, utilização da língua pela classe
dominante para reforçar seu poder etc. Na medida em que às diferenças de classe
correspondem diferenças de registro ou mesmo de sistema (assim, a língua
sagrada dos padres, o "terrorismo verbal" da classe culta etc.), esta
relação fica ainda mais evidente; mas Bakhtin se interessa, primeiramente,
pelos conflitos interior de um mesmo sistema. Todo signo é ideológico; a
ideologia é um reflexo das estruturas sociais; assim, toda modificação da
ideologia encadeia uma modificação da língua. A evolução da língua obedece a
uma dinâmica positivamente conotada, ao contrário do que afirma a concepção
saussuriana. A variação é inerente à língua e reflete variações sociais; se,
efetivamente, a evolução, por um lado, obedece a leis internas (reconstrução
analógica, economia), ela é, sobretudo, regida por leis externas, de Natureza social.
O signo dialético, dinâmico, vivo, opõe-se ao"sinal" inerte que advém
da análise da língua como sistema sincrônico abstrato. O que leva Bakhtin a atacar a noção de
sincronia. E o surpreendente, é que Bakhtin não critica Saussure em nome da
teoria marxista, largamente proclamada; ele o critica no interior do seu
próprio domínio, isto é, encontra a falha no sistema de oposição língua/fala,
sincronia/diacronia.
No plano científico, objetivo, o sistema sincrônico é uma ficção; com
efeito, em nenhum momento o sistema está realmente em equilíbrio, e isto todos
os lingüistas admitem. Mas, para o locutor-ouvinte ingênuo, usuário da língua,
esta não é tampouco um sistema estável e abstrato de sinais constantemente
iguais a si mesmos e isolados por procedimentos de análise distribucional. Ao
contrário, a forma lingüística é sempre percebida como um signo mutável. A
entonação expressiva, a modalidade apreciativa sem a qual não haveria
enunciação, o conteúdo ideológico, o relacionamento com uma situação social determinada,
afetam a significação. O valor novo do signo, relativamente a um
"tema" sempre novo, é a única realidade para o locutor-ouvinte. Só a
dialética pode resolver a contradição aparente entre a unicidade e a
pluralidade da significação. O objetivismo abstrato favorece arbitrariamente a
unicidade, a fim de poder"prender a palavra em um dicionário". O
signo é, por natureza,vivo e móvel, plurivalente; a classe dominante tem
interesse em torná-lo monovalente. Trata-se, justamente, de uma crítica ao
distribucionalismo "neutro".
Segundo Bakhtin, a lingüística saussuriana (o objetivismo abstrato), que
pensa estar afastada dos procedimentos da filologia,na realidade, apenas os
perpetua. Daí a crítica implícita da noção de corpus, prática reducionista que
tende a "reificar" a linguagem. Toda enunciação, fazendo parte de um
processo de comunicação ininterrupto, é um elemento do diálogo, no sentido
amplo do termo, englobando as produções escritas. O corpus transforma as
enunciações em monólogos. Nesse sentido, o procedimento dos lingüistas é o
mesmo que o dos filólogos. Donde a idéia sempre reiterada de que o corpus,
fundamento da lingüística descritiva e funcionalista, leva ao descritivismo
abstrato e faz do signo um sinal (análise distribucional, estabelecimento de
classes de contexto e de classes de unidade que fornecem, implicitamente, uma
norma, mesmo se o método se pretende "objetivo" e "não
normativo" pelo fato de se abster de evocar regras de caráter
prescritivo). Os imperativos pedagógicos não deixam de ter influência sobre a
prática do lingüista, na medida em que se procura transmitir um objeto-língua
tão homogêneo quanto possível.
Bakhtin coloca igualmente em evidência a inadequação de todos os
procedimentos de análise lingüística (fonéticos, morfológicos e sintáticos)
para dar conta da enunciação completa,seja ela uma palavra, uma frase ou uma
seqüência de frases.A enunciação, compreendida como uma réplica do diálogo
social,e a unidade de base da língua, trate-se de discurso interior (diálogo
consigo mesmo) ou exterior. Ela é de natureza social, portanto ideológica. Ela
não existe fora de um contexto social, já que cada locutor tem um
"horizonte social". Há sempre um interlocutor, ao menos potencial. O
locutor pensa e se exprime para um auditório social bem definido. "A
filosofia marxista da linguagem deve colocar como base de sua doutrina a
enunciação,como realidade da língua e como estrutura sócio-ideológica."
"O signo e a situação social estão indissoluvelmente ligados."
Ora, todo signo é ideológico. Os sistemas semióticos servem para exprimir a
ideologia e são, portanto, modelados por ela. A palavra é o signo ideológico
por excelência; ela registra as menores variações das relações sociais, mas
isso não vale somente para os sistemas ideológicos constituídos, já que a
"ideologia do cotidiano", que se exprime na vida corrente, é o
cadinho onde se formam e se renovam as ideologias constituídas.
Se a língua é determinada pela ideologia, a
consciência, portanto o pensamento, a atividade mental", que são condicionados
pela linguagem, são modelados pela ideologia. Contudo, todas estas relações são
inter-relações recíprocas, orientadas, é verdade,mas sem excluir uma
contra-ação. O psiquismo e a ideologia estão em "interação dialética
constante". Eles têm como terreno comum o signo ideológico: "O signo
ideológico vive graças à sua realização no psiquismo e, reciprocamente, a
realização psíquica vive do suporte ideológico". A questão exige mais que
um tratamento esquemático. Na verdade, a distinção essencial que Bakhtin faz é
entre "a atividade mental do eu" (não modelada ideologicamente,
próxima da reação fisiológica do animal,característica do indivíduo pouco
socializado) e a "atividade mental do nós" (forma superior que
implica a consciência de classe)."O pensamento não existe fora de sua
expressão potencial e, por conseqüência, fora da orientação social desta
expressão e do próprio pensamento".
Também não se pode tratar esquematicamente a questão
da língua como superestrutura. Nos anos 20, no momento em que Bakhtin compõe
sua obra, duas tendências se confrontam em lingüística, o formalismo e o
sociologismo dito "vulgar", o marxismo. Nicolau Marr leva a suas
últimas conseqüências a assimilação da língua a uma superestrutura: existência
de línguas de classe e de gramáticas de classe independentes e teoria da
evolução' por saltos"; é difícil confirmar essa teoria nos fatos: a toda
revolução na base deveria corresponder uma tão pronta evolução da língua. Tal
é, em todo caso, a imagem, sem dúvida parcialmente deformada, que se pode fazer
da teoria de Marr a partir da controvérsia de 1950. Bakhtin, por sua vez,
insiste sobre a noção de processo ininterrupto. Para ele, a palavra veicula, de
maneira privilegiada, a ideologia; a ideologia é uma superestrutura, as
transformações sociais da base refletem-se na ideologia e, portanto, na língua
que as veicula. A palavra serve como"indicador" das mudanças. Bakhtin
não afirma jamais que a língua é uma superestrutura no sentido estrito definido
por Marr, o qual acarretará, em 1950, a inapelável condenação stalinista: a
base e as superestruturas estão sempre em interação. Em compensação,ele afirma
claramente que a língua não é assimilável a um instrumento de produção. Ora, é
precisamente esta assimilação que será formulada por Stálin, numa tentativa de
dar uma imagem unificante, homogênea, neutra da língua em relação à luta de
classes, o que o leva, paradoxalmente, a uma posição própria do objetivismo
abstrato. Sabemos sobre que motivações de política interna (a questão das
línguas nacionais na U.R.S.S.) repousava sua argumentação. Bakhtin denuncia o
perigo de toda sistematização ou formalização exagerada das novas teorias: um
sistema que estanca, perde sua vitalidade, seu dinamismo dialético. A versação
poderia se dirigir tanto a Marr como a Stálin. Bakhtin define a língua como
expressão das relações e lutas sociais, veiculando e sofrendo o efeito desta
luta, servindo, ao mesmo tempo, de instrumento e de material. Como sua obra
permaneceu desconhecida tanto do público soviético como do público ocidental,só
o confronto de posições extremas reteve a atenção.
Todos aqueles que tinham escrúpulos em considerar a língua como uma
superestrutura suspiraram aliviados em 1950, e procuraram esquecer a relação da
língua com as estruturas sociais até uma época muito recente, com a emergência
da sociolingüística como lingüística e não como variante periférica ou
meramente anedótica.
Na terceira parte do livro, consagrada ao estudo da
transmissão do "discurso de outrem", Bakhtin fez uma aplicação
prática das teses desenvolvidas nas duas primeiras. Dessa forma, busca
demonstrar a natureza social e não individual das variações estilísticas. Com
efeito, a maneira de integrar "o discurso de outrem"no contexto
narrativo reflete as tendências sociais da interação verbal numa época e num
grupo social dado. Apóia-se, para firmar sua tese, em citações extraídas de
Púchkin, Dostoievski,Zola, Thomas Mann, isto é, de obras individuais que ele
insere no contexto da época e, portanto, da orientação social que aí se manifesta.
Aborda, igualmente, o papel do "narrador", que toma o lugar do autor
da narrativa, com as interferências que isso implica. Esta é, certamente, uma
de suas contribuições mais originais. Não há para ele fronteira clara entre
gramática e estilística.O discurso indireto constitui um discurso encaixado no
interior do qual se manifesta uma interação dinâmica. A passagem do estilo
direto ao estilo indireto não se faz de maneira mecânica (isto lhe dá a
oportunidade de criticar os exercícios escolares "estruturais",
critica que permanece totalmente pertinente hoje em dia). Essa passagem implica
análise e reformulação completa,acompanhadas de um deslocamento e/ou de um
entrecruzamento dos "acentos apreciativos" (modalidade).
A análise estilística, parte integrante da
lingüística, aparece como a preocupação essencial de Bakhtin. A
lingüística--como, ao que parece, para Saussure--surge como o instrumento
privilegiado e indispensável para levar a bom termo os trabalhos de análise
literária, que ocuparão a maior parte de sua vida. Como Saussure, ele é, em
vários aspectos, um homem do século XIX, um homem de gabinete, de cultura
enciclopédica, um verdadeiro "não-especialista". É entre pessoas
assim que, conseqüentemente, encontramos os melhores especialistas de uma disciplina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário