Não há nem primeira palavra nem derradeira palavra. Os contextos do diálogo não
têm limite. Estendem-se ao mais remoto passado e ao mais distante futuro. Até
significados trazidos por diálogos provenientes do mais longínquo passado jamais
hão de ser apreendidos de uma vez por todas, pois eles serão sempre renovados em
diálogo ulterior. ... Pois nada é absolutamente morto: todo significado terá algum dia
o seu festival de regresso ao lar.
BAKHTIN
Na poesia, como na vida, o discurso verbal é o ‘cenário’ de um evento. ... Um
entendimento viável da significação global do discurso deve reproduzir esse evento...
deve, por assim dizer, “representá-lo” de novo, com a pessoa que quer compreender
assumindo o papel do ouvinte.
VOLOSHINOV